Alfredo Gaspar ganha destaque nacional após atuação firme na CCJC

A atuação do deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil) na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJC) foi destaque no site da revista Oeste, neste domingo (02). O parlamentar alagoano foi bastante parabenizado pela maneira como conduziu os questionamentos ao ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, ao cobrar explicações de forma direta e incisiva.

Segundo a revista Oeste, Gaspar fez as perguntas que todo brasileiro que não votou no atual presidente da República, gostaria de ter feito ao ministro Dino.

Sem rodeios, o deputado respondeu a sete perguntas feitas pelo portal de notícias, e externou suas preocupações com o futuro do combate a violência e o crime organizado no Brasil, além de comentar sobre a sessão da CCJC que gerou tanta polêmica entre direita e esquerda do país.

Confira à entrevista:

OESTE – O senhor cobrou explicações do ministro Flávio Dino e ele se esquivou de praticamente todas. Por que acha que ele fez isso?

Deputado Alfredo Gaspar – Quem compareceu na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados não foi o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, mas o histrião Dino. A imagem passada pelo convidado foi nitidamente de desconhecimento na temática da segurança pública.

OESTE – Sua principal bandeira é o combate ao crime organizado e à corrupção. Como o senhor vê a atuação do ministro nessa área?

Deputado Alfredo Gaspar – Para mim, ficou claro que além de não existir disposição desse governo nesse combate, não há plano institucional de enfrentamento ao crime organizado. O país demonstra que, sob o comando de Lula, irá retroceder fortemente no enfrentamento ao crime organizado violento e nos saques criminosos ao erário.

OESTE – Essa pode ter sido a primeira oportunidade de confrontar Flávio Dino em público, mas o senhor vem falando dele desde que assumiu o mandato. Essa indignação não é de agora. Por que? E vai continuar cobrando?

Deputado Alfredo Gaspar – Flávio Dino é um teórico, conhece o enfrentamento de bandido violento no ar-condicionado de seu gabinete. O Brasil é um país violento, e o ministro não parece disposto, nem tem demonstrado que combaterá com eficiência o crime organizado e à corrupção. Precisamos de combate ao crime organizado de forma enérgica, não adianta ter só “bocão” para prender “velhos terroristas e conduzir crianças”, a exemplo de janeiro deste ano.

OESTE – “Macheza” é um termo comum no Nordeste para se referir a um homem ou mulher bravos. Por que acha que Dino associou a palavra à homofobia?

Deputado Alfredo Gaspar – O ministro queria circo, infelizmente não se comportou à altura do cargo. Ele pareceu ter algum desconforto com a pergunta. Em nenhum momento fui homofóbico, se houve homofobia durante a audiência não foi em meu questionamento [ele se refere ao ministro Dino].

OESTE – Depois de quatro horas, faltou alguma pergunta a ser feita a Dino?

Deputado Alfredo Gaspar – O acordo de procedimentos da CCJ só permitiu que eu tivesse três minutos para formular perguntas, então tive que ser econômico. Mas tentei escolher aqueles questionamentos mais importantes e assim seguirei fazendo. Tenho muitas outras perguntas que farei em oportunidades futuras.

OESTE – Por muitos anos, Maceió foi uma das capitais mais violentas do mundo. E foi o senhor, como secretário de Segurança Pública que conseguiu reduzir esses índices. Como chegou a esses resultados?

Deputado Alfredo Gaspar – Maceió e Alagoas passaram quase uma década na condição de capital e Estado mais violentos da Nação. Assumi a segurança pública em Alagoas nesse contexto. Fui promotor criminal durante 24 anos, período em que tive a honra de coordenar o Grupo de Combate ao Crime Organizado no Ministério Público Estadual e também em nível nacional, como presidente do Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado (GNCOC), além de ter sido procurador-Geral do Ministério Público alagoano, por duas vezes. O combate ao crime faz parte da minha trajetória. Mas o maior trunfo na redução dos crimes violentos no estado de Alagoas, foi o sentimento das polícias que enfrentavam o crime e sabiam que podiam confiar em mim, e não seriam abandonados.
Bandido não pode ter vez. A hipocrisia de proteção a criminoso não coube em minha gestão. Claro, investimentos do governo estadual, aliados à valorização profissional e integração foram fundamentais para a manutenção da redução de crimes e a retirada de Alagoas e da capital desses índices perversos. Valorizar e apoiar as polícias é o primeiro passo para reverter índices de violência.

OESTE – Como o senhor vê a repercussão que o assunto rendeu nas redes sociais nesta semana?

Deputado Alfredo Gaspar – Por onde trilhei meu caminho profissional, sempre o fiz com dedicação e princípios. Deus irá me ajudar a seguir em frente. Ser reconhecido ou criticado, faz parte da trajetória. Não vim à política, depois de deixar uma carreira vitoriosa no Ministério Público, abrindo mão do cargo, do conforto salarial e da aposentadoria, para fazer graça ou me enlamear. Irei lutar muito para continuar honrando minha história, minha trajetória e todos aqueles alagoanos e alagoanas que acreditaram em mim e me trouxeram até Brasília.