O deputado federal Alfredo Gaspar (União – Alagoas) presidiu nesta quarta-feira (10) uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores (CREDN) que teve como tema a emigração de crianças e adolescentes indígenas da Amazônia para a Turquia sob a condução de uma entidade Turca. O debate teve como objetivo principal descobrir qual o risco real dessas práticas para a soberania nacional, proteção da pessoa humana e se existem indícios de tráfico de pessoas.
“É preocupante a facilidade com que um grupo estrangeiro adentrou em território nacional e aqui estava atuando para deslocar crianças e adolescentes para o exterior. Diante disso, a Comissão atendeu meu pedido de audiência pública, por entender que se trata de uma denúncia grave que pode estar violentando as relações exteriores, proteção da pessoa humana e soberania nacional”, explica o deputado Alfredo Gaspar.
Durante a audiência, o parlamentar fez diversos questionamentos aos órgãos federais, inclusive, como está o andamento das investigações do caso por parte da Polícia Federal. “Existem muitas perguntas que precisam ser respondidas e ações efetivas a serem tomadas. Diante disso, devemos fazer uma visita a comunidade desses nacionais, cobrar o esclarecimento às autoridades policiais e consulares, além da punição, caso confirmado a prática de crimes, de todos os envolvidos” , adiantou o deputado Alfredo Gaspar.
A audiência pública contou com a participação da diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Lúcia Alberta; Letícia Prado, delegada da PF do Amazonas; o repórter do Metrópoles Thalys Alcântara e a conselheira Adriana Rodrigues, assessora do departamento de direitos humanos e temas sociais do ministério das relações exteriores.
Entenda o caso:
No último dia 23 de abril, o site Metrópoles divulgou uma reportagem que relatava a atuação da Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham) na conversão de crianças e jovens indígenas, em situação de vulnerabilidade, que estariam passando por um processo de islamização e posteriormente, emigração para a Turquia.
A reportagem expôs a atuação da Asham na região amazônica, visando atrair crianças e adolescentes, do sexo masculino apenas, para aprenderem o idioma turco e árabe, receberem ensinamentos sobre o Alcorão e seguirem uma rotina religiosa (incluindo o respeito às orações diárias e o jejum do Ramadã), sendo posteriormente levadas para fora do Brasil.